sexta-feira, 2 de setembro de 2011

- Ceifeiro

Sabe, quando as coisas deixam de ser tão lindas e o brilho se esvai como se o tempo tivesse o levado pra passear? Encontram-se num momento em que não há a mesma direção em que olhar, os futuros são opostos e desse já segue-se a rota a muito tempo. Entre esses bosques tão lúgubres, deparam-se.
- Você não existe. É apenas um recanto de refugiados ingênuos. Se diz tão raro, amor, meu caro. Porém, somente é fruto da imaginação dos fracos.
- Cale-se, salubre razão. Me condena porque apenas eu lhe ponho a prova, detenho-na e faço-lhes esquecerem  de sua importância imatura.
- (risada irônica) Os dá insanidade e quer receber o prêmio por isso? Bravo! É a partir do momento em que acreditam em você que se machucam.
- Acreditam em mim? Se me enxergam, logo existo.
- O correto seria "Penso, logo existo" não? E lamento. Pensar é consequente da razão...
- Tenho certeza que não era assim...
- Descartes, meu velho, Descartes...
- O amor os dá esperança, afaga oprimidos, fazem-nos sonhar!
- Sonham com seus próprios desejos. Apenas. Se apaixonam-se, é graças aos contos supérfluos cujos acreditam desde a infância. Se amam, amam a imagem criada em seu sub-consciente. Mas quando descobrem que não são príncipes ou princesas, recebem visitas da mágoa. Aquela perversa!
- Ah, não transtorne tudo ao exílio com todo seu drama irascível. Há tantos casamentos que provam o tempo eterno...
- Rá, costume!
- Não tenho motivos pra discutir agora, ainda tenho muito à fazer, Razão, incrédula!
- Volte a tormentar corações e faça deste caminho um cemitério de brilho dos olhos, então!
Costas ao altar do horizonte, assimilando que a ceifa não é a morte que carrega...

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Me sinto '

Eu diria tudo aqui para você, agora se não fosse tão dificil. Eu diria o por quê de cada pormenor que me levou a levar as coisas como foram, conduzidas. Gostaria, de verdade, não ter que sentir essa necessidade de guardar comigo cada palavra e pensamento, gostaria de não querer edificar em mim uma fortaleza, gostaria de sentir-me totalmente livre. Ah, como me sinto bem apesar disso tudo.
 E de todas as formas, excêntricas e mal traduzidas desse caminho, do nosso futuro é de que sinto mais falta . É dali de onde tiro minhas forças para acordar a cada manhã e colocar meus pés ao chão, me satisfazendo das coisas que ainda nem aconteceram. São lembranças de um amanhã que talvez nem venha reluzir entre nossas janelas, mas eu continuo me sentindo bem apesar disso tudo.
Olha, veja só. Ainda apesar disso tudo não tenho motivo para chorar, pois levanto todos os dias consciente do meu objetivo e nada nem ninguém irá desviar-me dele. Já perdi tantas coisas por esperar, já deixei de fazer por reclamar e não mais, nunca mais. De passado nada vive por si só, pois até o pretérito dos acontecimentos precisa do presente para distingui-lo e do futuro para aproveitá-lo. Seja lá como for a esperança remanesce e é no âmago que reside e esmada todas as belas formas de amor que aprendi.
 E acredite, minha menina, que de qualquer forma você vai ser meu manjar de vitalidade, você estará presente sonho após sonho, noite após noite, comigo, aqui. Há uma linha tênue para conquistá-lo e todo esse trajeto somente depende de você, para dar um basta em todo esse subjuntivo sem pretérito, presente ou nenhuma razão.  Todo esse amor abstrato, imaginário, platônico, seja ele o que for. Eu continuo me sentindo bem apesar disso tudo ... 


Texto feito com o Adilson, meu bem ♥ 
Blog: catarseonline.blogspot.com

quinta-feira, 7 de julho de 2011

• Me abraça?

 E me faz inexistir neste mundo de solidão. Pode me sequestrar, me levar embora no seu cavalo branco. Não é branco? Tudo bem, nunca me importei com as cores nas histórias. Não há cavalo? Então vamos a pé, mas vamos logo que vai chover.  Me cobre com teu casaco se eu me molhar, me segura no colo pra atravessar as poças. Eu imaginei e reimaginei mil vezes essa história. E hoje já acredito que minha torre está um pouco alta demais pra você.
Já pensei várias vezes em pulá-la sozinha, mas quem me seguraria no colo caso eu chegasse ao chão?

E quem disse que eu não posso voar? Este não conhece o tamanho dos meus sonhos. 
Sou transformável de uma forma que em mim guardo o jovem e o ancião. Maturidade não vem com o tempo mais sim com o clima e a vontade de fazer essa maquiagem. Não somente as roupas são vestíveis, mas também minhas asas. Não só o que pode ser vivido é o agradável, porém eu me mudo de acordo com a desagradabilidade também.
Ah, desisto dessa torre. Essas masmorras de tristezas não podem ter sido construídas pra mim! 

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Baixinho ...

 - até que só sobre chiados e arrepios aos fundos dos lençóis. As unhas afagam os corpos e induzem sentidos complexos demais a se explicar, desejosos demais a ponto de explodir. Olhares... Sentem e lembram de erros. Desgostosos e falhos na verdade. Mais do que serve a sinceridade? Essa não é essencial aqui e permanece distante diante do deleito. Esquece tua raiva, teus ciúmes e o anseio de saber se deve voltar, o erro predomina ali, mas quem vai parar? Deixe que teu ego se complete diante infinito amor, Ninguém aqui se preocupa com o que é certo a fazer e a fuga é a melhor parte do processo que se estende até o juntar de dois corpos. É o engano, é o estranho, insídia, profano prazer. Fogo que dói nos inocentes e arde nos pecadores. Não é nada mais que um egoísmo de possuir mais de um, entre colecionadores de corações... Não hábito, é apenas uma mera diversão.

domingo, 29 de maio de 2011

○ estrela '

E do céu a calmaria que reina brilha tanto quantos as estrelas
estas entreluzem, e só.
Talvez eu devesse ser como uma estrela
que não escolhe pra quem brilhar
só cintila.
Desta ninguém sente ciúmes, guarda rancor
 ou mesmo se fia em poucos trapos de esperança.
Embora todos queiram ter uma guardada na caixinha
por fazerem-lhes admirar, somente atrai olhares
cativa os que a cerca.
De quantas estrelas o mundo se esconde?
Por que ele somente me permite ver poucas dentre incontáveis constelações do céu?
Meu telescópio serve pra irradiar as idéias
que de longe são nada sãs
e minha astronomia é um paralelo do infinito que não se vê
Meus sóis queimam de amores, banalidades e diversões
tolices minhas que sustentam meu ego anfitrião.
De todo o mal, eu não sou luz.
Entretanto me faço enxergar até nas vinhetas mais distantes
perceptível a olhos nús.
Sou a base do horizonte que adiante se dispersa em moinhos
a linha entre  a terra e o eterno sem finito.
Sou palavras desordenadas e disseminadas no vão.

sábado, 14 de maio de 2011

♦ ah , menina '

Eu amo cada momento que envolve seu corpo e te faz passar horas e horas fazendo uma coisa qualquer.Sinto ciúmes da brisa que acaricia  sua face e quase sempre te faz fechar os olhos e sorrir. Fora aquela Lua suntuosa, por qual você guarda grande amor e brilha olhares de admiração. Menina, se soubesse tudo que eu sinto por ti talvez até passasse a sentir também. Sinto inveja enorme daquele que domina seus pensamentos e o qual sempre te faz voltar atrás em suas decisões, queria poder chamar pelo menos uma dessas mil faces de minha e poderia dar-te a única minha a tapas por você também. Sonho, menina, com teus beijos, selos dos quais fecham temores e desamparam corações. Choro por te ver triste, distante ou deprimida, de um certo modo que sacoleja meu estômago por dentro, como quando te vejo com outro alguém e meu coração começa a apertar devagar para quase me sufocar mesmo que seja em câmera lenta. Quando passa seu perfume me leva embora como um vento que passa forte tirando parte do meu ser que se decai ao chão, em frente a você. Me dá amparo menina, me leva contigo por onde você for, me faz parte desse brilho nos teus olhos e faça-me te desejar cada dia mais. Ah, menina. Pare de brincar com este coração que já se tornou seu a tanto tempo, deixa que eu flutue contigo nestas nuvens que você diz serem de algodão perante um sonho, que deste, eu não quero jamais acordar.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

PsicAnálise de Insetos ,

(...) amargurada de pesadelos hoje acorda em meio a um sonho e se fixa nele como uma aranha numa teia, agarrando cada fio como se tecidos de esperança. Esta porém, tece, acolhe mas não receia bons sentimentos, suas linhas de cordas finas de feitio para prender não apenas uma pessoa em pensamento e sim todos aqueles que trouxerem com o mesmo uma asa de sentimento. Estes por sua vez voaram até ficarem presos nas minhas correntes de seda, ainda que consigam fugir e seguir sua rota, flutuaram de volta ao perceberem que há ainda um fio indesejado. A aranha desvencilha-se aos poucos de suas brincadeiras com a corda de dor mas pára pra observar e ainda sorri da borboleta que se contorce e esmorece com a idéia de jamais poder beijar outras flores e se fartar do doce néctar e do pólen dos jardins. A aranha não deveria, mas sente uma plena alegria em saber que alguém assistirá o entardecer com remorso e ainda grita aos prantos olhos que este é o sonho dela que se concretiza. Pobre criatura de asas coloridas que já não pode mais voar, apenas cria ilusões em poderio magistral, somente tenta encontrar em si mesma a saída que não se encontra ali . A teimosa aranha não deveria gostar disso tudo, mas caso o inferno a espere ela até gosta.

segunda-feira, 21 de março de 2011

'Precisar-te'

Gira intensamente um mundo de notícias, soluções e informações, e no pregoeiro do dia em meio a esse furacão de necessidades eu só penso em você. E as palavras fluem de mim, arrepiam a barriga e dão aquela sensação gostosa, inexplicável, inibida, nova, a sensação do 'precisar-te'. Tudo que há de mais perfeito, tem no fundo um 'precisar-te' em si. Igual a flor do campo sente quando é acariciada pela brisa e sente cócegas ao cair do orvalho de suas pétalas, assim como o pássaro ao notar-se livre em meio as enormes ondas do céu. Olvida-se muito, relembra-se pouco dos maus momentos que passou. E mesmo que não se saiba o motivo dessa possessão, alegra-se ao entregar-se tão profundamente. O 'precisar-te' sobe pela barriga e caminha até a nuca arrepiando até levantar cada fio, te envolve como um abraço e te acolhe quente como um cobertor.  Sinta um frio que te aquece, te embrulha e te cerca essa vontade de nadar entre essas emoções que apresentam-lhe a sintaxe perfeita dos opostos em equilíbrio. O 'precisar-te' pode ser o atalho mais próximo para um conto de fadas, talvez  mais perto que se chega ao paraíso, por estar dentro do perfeito, ainda que indeciso.  É assim mesmo, incomum, contraditório e incoerente. 

terça-feira, 8 de março de 2011

Ela e a Outra

Ela agrada à todos ao seu redor
A outra somente quem conhece bem
Ela ama infinitos inacabados
A outra tem infinitos muito reservados
Ela sente ainda mais
A outra tenta sentir somente o que lhe faz bem
Ela chora sempre
A outra engole cada lágrima a seco
Ela diz não se aguentar
A outra é segura demais pra poder chorar
Ela fala o que pensa
A outra pensa em segredo até
Ela pensa demais em amar
A outra ama demais somente por pensar
Ela aconselha bem
A outra poucos bons conselhos tem
Ela diz quase morrer de infelicidade
A outra mente muita felicidade
Ela diz precisar de mão que a ajudem a levantar
A outra se levanta por não poder mais esperar
Ela têm os pés ficados na realidade
A outra voa em sonhos sem verdade

Ela parece ter conseguido todo o amor que tanto esperava
A outra  de tanto sonhar vai continuar sem aquele que tanto amava.

Achei jogado na bagunça dos meus rascunhos ;D Tipo, de um ano atrás :s

sexta-feira, 4 de março de 2011

- De rua como lata.


- Eles se drogam e isso é errado! ><'
- Se eu passasse os frios que esses caras passam também iria querer ficar doidão...