sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Faces Nulas

Milhares de rostos a minha volta que não praticam nenhuma expressão, são tais eles como bonecos, não há ações, não há sentimentos, somente há o que se pode ver e denotar no mesmo instante: faces...Sem rumo, ou destino, ou qualquer vestígio de tristeza ou sincera felicidade. Elas falam e falam, mas não há o que ouvir. São palavras ditas da boca pra fora, são gestos feitos com simplicidade ou exagero demais. Nada é natural, tão pouco real. O que poderiam tais corpos dizerem? é melhor nem ouvir, deixe que a música soe alto a ponto de não escutar mais ninguém, aparentam ter mais expressões assim. O mundo parece passar mais devagar quando, num segundo, ponho minha máscara de observador e recolho-me ao meu próprio infinito. E observo... Denoto cada movimento que foi exercido em vão, as palavras ditas que no instante seguinte serão esquecidas por aqueles que as ouviram.
Eu posso sobreviver diante de faces tão vazias, e esta segue com minha completa sanidade. Somente basta que de tempos em tempos, eu venha submergir em meu interior e sentir... Para que o que é sensível por dentro não seja esquecido e acabe transbordando pra fora. A reflexão controla, entende e diagnostica. Não há como se decepcionar com alguém se nada espera dessa pessoa, afinal, ela é apenas mais uma face.
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