quarta-feira, 21 de julho de 2010

Coisa :s

Um objeto pode ser usado e reutilizado, e ainda sim que fosse material, pode ser amado pelo dono. Uma coisa não. É algo jogado as traças sem nome, nem importância. Usado na maioria das vezes para que possam deleitar-se de seu uso e deixá-lo novamente num canto. Objetos como uma caixinha, como uma mesinha de cabiceira, como um vassoura ou qualquer que fosse tem seu objetivo, serve para algo. Já a coisa pode lhe ser util uma única vez, ou até mesmo raras vezes. Mas se fosse de mera consideração não seria apenas uma coisa, teria um nome, teria um uso, seria utilizada por mais vezes, traria lembraças em várias ocasiões. Talvez objetos façam até falta em certos momentos, dependendo do mesmo pode fazer falta em variados momentos, em muitos momentos. Mas... Quem em algum minímo espaço de tempo se lembra de uma coisa?! Está certo que em determinada circunstância, o nome do objeto pode não ser lembrado e por curtíssimo espaço ser chamado de coisa. Mas tal não perde seu nome e nem seu valor por ser chamado em mísero momento de coisa. Coisas não tem valor, nem nome.
Pode então um SER tornar uma COISA ?
Pode esse ser perder seu valor e seu nome? Pode ser tratado como algo sem crédito ou impotância?
Acredito que uma das piores sensações do mundo é a de sentir-se usado e descartado. Sim, é algo como estar triste. É sentir-se incompleto, usado. É algo meio muito monótono. É se sentir uma coisa..



Só de Sacanagem
Por: Tom Zé

Meu coração está aos pulos! Quantas vezes minha esperança será posta a prova? Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro. Do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais. Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais. Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta a prova? Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais? É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz. Meu coração tá no escuro. A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e todos os justos que os precederam. 'Não roubarás!', 'Devolva o lápis do coleguinha', 'Esse apontador não é seu, minha filha'. Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar! Até habeas corpus preventiva, coisa da qual nunca tinha visto falar, sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará! Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear! Mais honesta ainda eu vou ficar! Só de sacanagem!
Dirão: 'Deixe de ser boba! Desde Cabral que aqui todo mundo rouba!
E eu vou dizer: 'Não importa! Será esse o meu carnaval! Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos.'
Vamo pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo, a gente consegue ser livre, ético e o escambal.
Dirão: 'É inútil! Todo mundo aqui é corrupto desde o primeiro homem que veio de Portugal!'
E eu direi: 'Não admito! Minha esperança é imortal, ouviram? Imortal!'
Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quizer, vai dar pra mudar o final!

3 comentários:

beatriz . disse...

eu tenho esse discurso narrado pela ana carolina :] ele é bem legaal .

Priscila Knechtel disse...

O pior sentimento do mundo é se sentir uma coisa, sei bem como é...
Com certeza, nós sempre podemos mudar o final.

Adorei os dois textinhos!

beijinhos querida
http://deliriosdeconsumosa.blogspot.com/

Stephane Many disse...

Já vii o narrado pela Ana =D

mudar o finall é essêncial (yn)
beijoo queriida ;*